Meninas, não basta conhecer as tendência temos que destacar quem está por trás dessas lindas e extravagantes criações, por isso resolvi falar nada mais nada menos do que com a responsável pela criação de quase todos os vestidos da nossa Rainha Maria Antonieta: Rose Bertin.
Primeiro uma rápida biografia para vocês poderem conhecer ela um pouco melhor.
Marie-Jeanne Bertin, conhecida como Rose Bertin nasceu em 1747 em Abbeville, França. Foi aprendiz de uma marchande de modos (comerciante de moda) e em 1770, abriu sua própria loja Le Grand Mongol na Rue Saint-Honoré. Em 1774 foi apresentada para a Rainha Maria Antonietta e desde então, vem trabalhando para ela.
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| Foto retirada do site Audaces |
Rose como se sente vestindo a mulher mais influente na moda dessa época?
Rose Bertin: Fico muito lisonjeada porque minha carreira de costureira, sem dúvida, foi impulsionada pela minha aliança com a Rainha. Muitos clientes começaram a me procurar depois que soube que estava trabalhando para ela. Além disso, é um prazer trabalhar com a Maria Antonieta, porque não é só uma relação profissional, somos amigas. Sem falar que a nossa estreita relação deu um novo significado social e político da moda na corte francesa.
Você tem autonomia criativa ou é a Rainha quem decide os modelos?
Rose Bertin: Na verdade, quem dita o vestuário da corte são as assembleias anuais. Mesmo a Rainha querendo violar a etiqueta do Tribunal, são elas norteiam as mudanças que serão feitas na moda. Mas essas mudanças são pequenas, só acentuam-se se quando uma rainha estrangeira traz inovação na maneira de vestir para corte. No caso da Rainha Maria Antonieta, ela escolhe o tecido e a partir dai eu confecciono a forma. Gosto de dizer que é um trabalho em equipe. A Rainha sempre opina muito, e muitas vezes antes de finalizar a peça, ela sempre acrescenta um adorno ou outro porque como vocês sabem ela gosta de tudo muito extravagante. É a partir do desejo d Rainha que procuro criar peças cada vez mais diferenciadas.
Como são escolhidos os tecidos?
Rose Bertin: Depende da estação. No inverno usa-se muito veludo, cetim, ratina e percal, já no verão, o destaque é para o tafetá. Outono e Primavera utiliza-se percal também porém mais leves. As rendas também variam com as estações do ano.
Por que vestidos tão grandes?
Rose Bertin: Em parte, porque faz parte da personalidade da Rainha essa vontade de se destacar na multidão devido sua aparência, mas também porque gosto que as mulheres que vestem minhas criações se sintam imponentes, sendo impossível passar despercebidas. Valorizar a figura feminina, destacando-a por meio da roupa. Afinal, com vestidos tão suntuosos e enormes quem irá reparar no companheiro? (risos)
Quais outras clientes importantes você tem?
Rose Berin: Além da Rainha Maria Antonieta, também visto as rainhas da Suécia, Espanha, Portugal, Grã-Duquesa Maria Fëdorovna da Rússia, a família real, o pintor de retratos Elisabeth Vigée-Le Brun, o Marquês de Lafayette e muitos aristocratas europeus.
Você é considerada ministra da moda e a pioneira do estilismo que abriu caminho para outros profissionais. O que você acha disso?
Rose Bertin: Só agora que os costureiros começam a ser reconhecidos e fico muito feliz em poder contribuir para a valorização desses profissionais. Antes os costureiros eram vistos apenas para fazer reparos nas roupas, agora passam a ser responsáveis por traduzir em roupas, a pompa e o espetáculo da vida na corte.
Muito obrigada pela entrevista.
Rose Bertin: Foi um prazer contribuir com o trabalho de vocês.
Espero que tenham gostado. Até mais!
Obs: Fontes usadas para a elaboração das respostas:
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